Ao longo da minha vida pessoal e profissional, tenho me deparado com um grande número de pessoas desatentas, impulsivas e as vezes um tanto ‘no mundo da lua’. Ta que esquecer algumas coisas em alguns momentos, é super normal, ainda mais levando em consideração o corre corre do dia a dia, por vezes nos sentimos um tanto desinteressados. Mas quando esses quadros passam a ser algo pertinente do cotidiano, atrapalhando-o no seu desenvolvimento e muitas das vezes em suas relações interpessoais, é hora de procurar ajuda medica. Sim, AJUDA MÉDICA.
Algumas dessas características que expus acima, se enquadram em um transtorno que atualmente afeta de 3 a 7% da população mundial, porém ainda não são muito divulgadas tais informações sobre o TDAH.
“Ao contrário do que muita gente pensa, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH ainda é um transtorno pouco conhecido e subdiagnosticado em nosso meio, não raro sendo motivo de controvérsias por parte de pessoas leigas, principalmente quando se trata de um indivíduo adulto. Fato lastimável, uma vez que os estudos científicos mostram que o transtorno evolui com sintomas ao longo da vida numa prevalência de aproximadamente 4% da população mundial. No Brasil, cerca de 2.000.000 de brasileiros adultos sofrem os sintomas do TDAH, em grande parte pelo não reconhecimento do transtorno, o que impede o seu diagnóstico e tratamento corretos’’, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção.
Esse transtorno muita das vezes surge na infância e na adolescência, e por não ser diagnosticado e tratado, permanece até a vida adulta, em contra partida, alguns desses jovens simplesmente não evoluem, desaparecendo assim os sintomas. Vejamos abaixo, parte de um artigo escrito pela ABDA:
‘’O TDAH é uma condição que pode ser grave e que se caracteriza por um padrão crônico e persistente de comprometimento, cujos sintomas cardinais são os de desatenção, hiperatividade e ou impulsividade. Pode afetar seriamente a qualidade de vida do indivíduo em todos os setores seja na esfera afetiva, social, laborativa, acadêmica ou profissional. A maioria cursa com quadros variáveis de disfunção executiva, como dificuldade de se organizar, planejar, administrar o tempo, lembrar de datas e compromissos importantes, entre outros.
É comum que eles se sintam limitados, não conseguindo desenvolver todo o seu potencial, fato que costuma desencadear baixa autoestima e sentimentos de minusvalia, insegurança, impotência, incompetência e fracasso precoce. Igualmente, outras condições como depressão, ansiedade, problemas com álcool e drogas, transtornos de conduta entre outros, costumam ocorrer em mais da metade dos adultos com TDAH. O comprometimento na execução e realização de tarefas faz com que a vida do adulto com TDAH fique fadada a constantes insucessos, que geralmente seguem uma espiral decrescente.
A parte cognitiva fica prejudicada e a vida não flui a contento, ficando estagnada e muito aquém do desejado. O rendimento e o desempenho pessoal podem cair vertiginosamente em várias áreas da vida do indivíduo. Questões como falta de habilidade social, de resolução e enfrentamento de problemas, de gerenciamento do tempo e dinheiro e da capacidade de se organizar e de se planejar podem fazer com que o portador de TDAH fique excluído e desassistido dentro de seu próprio meio, muitos vivendo à margem, desmoralizados e desacreditados por seus familiares, amigos e também no ambiente de trabalho. O TDAH do adulto nada mais é do que a continuação do TDAH na infância, ou seja, o ele cresce sendo rotulado, apelidado e criticado por toda a vida e deste modo uma autoimagem negativa vai se solidificando dentro dele. Muitos acham que são assim mesmo e que nunca darão certo em nada na vida.
Mesmo indivíduos diagnosticados e medicados adequadamente podem não saber como lidar com os seus próprios limites. Muitos adultos não conseguem manejar os seus próprios mecanismos de enfrentamento para combater os sintomas do TDAH causando estresse em casa e no trabalho. Outros vivem lutando com a distração, com os esquecimentos e com a falta de competências organizacionais, tornando-se presas fáceis do transtorno.”
O diagnóstico do TDAH se dá com a exclusão de possibilidades de outras patologias e problemas socioambientais, os testes neuropsicológicos, neurológicos e de neuroimagem, podem ajudar no diagnóstico, porém não nos da 100% de certeza, pois os mesmos podem apresentar níveis de alterações que caracterizam outras síndromes ou simplesmente não apresentarem nenhuma alteração, sendo necessário avaliar a presença de alguns sinais e sintomas como: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Após o diagnóstico, o tratamento do TDAH se dá através de uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmacológicas, o que ajuda regredir o quadro dos sintomas, favorecendo a melhora na vivencia do indivíduo, porém o mesmo não tem cura. Lembrando que, quando diagnosticado na infância e adolescência, e realizado o devido tratamento, há possibilidade dos sintomas diminuírem consideravelmente. Quando diagnosticado na fase adulta, há necessidade do tratamento contínuo.
Viu como o TDAH é coisa séria e precisa de atenção? Falaremos mais dele nas próximas matérias.
Até la!
Sobre o Autor:
Bacharel em Enfermagem, Servidora Publica Municipal.
profissional com boa dicção, boa aparência, capacidade de tomar iniciativas e apresentar