Esse, na verdade, é o principal sintoma do Transtorno da ansiedade generalizada (TAG), um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV).
A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos, como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular aumento das secreções (urinárias e fecais), aumento da motilidade intestinal, cefaleia (dor de cabeça). Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um neurotransmissor chamado Noradrenalina, que é produzido nas suprarrenais, lócus cerúleos e núcleo amigdaloide.
Como compreender a ansiedade?
O nosso sistema nervoso central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir da sensação de repouso e de bem estar. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este estado, acontece o estado ansioso.
O que interpretamos como perigo hoje transcende, e muito, o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses, de vaidade, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso. Em estados de desequilíbrio emocional o simples contato com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos.
A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.
Este movimento mental, na maioria das vezes, acaba causando uma certa confusão, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar dele, o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.
Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir da sensação de repouso e conforto faz com que ela se excite, e se o problema não tiver uma solução mental imediata, como o que acontece na maioria dos casos, teremos a chamada ansiedade patológica, que tende a se cronificar e piorar com os anos.
Segundo estudos, as três principais causas do TAG seriam primeiramente a origem genética, ou seja, a pessoa herda de seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos, as manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança agitada, às vezes hiperativa, que chora com facilidade e às vezes até com dificuldade de dormir.
A segunda é uma infância carente e problemática, na qual as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe, de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança fazem com que ela se sinta insegura e exposta e agrave e condicione um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento.
A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo, por sua vez, tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir a acontecer.
A tentativa de se livrar deste mundo de sensações e sentimentos, que tenha características desequilibradas, desajustadas, são causadoras dos seguintes transtornos:
• Transtorno Obsessivo Compulsivo
• Transtorno Ansioso
• Transtorno Hipocondríaco
• Transtorno Histérico
• Transtorno Fóbico
Sintomas
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra, mas a principal característica da TAG são os sintomas psicossomáticos, quando o psicológico interfere diretamente no corpo, causando patologias no sistema respiratório, digestório, locomotor fazendo com que o ser humano apresente sinais e sintomas como inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular, entre outros. Estudos já comprovaram que outras queixas também podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada como palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.
Tratamento
O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.
Existem três tipos de remédios que podem ajudar a controlar e diminuir a ansiedade. Todos eles só podem ser vendidos sob prescrição médica, exigem receita azul, têm tarja preta, e podem até causar dependência. Por isso todo o cuidado é pouco.
O primeiro tipo são os chamados ansiolíticos (dissolução da ansiedade) ou tranquilizantes. São substâncias que anestesiam parcialmente a sensibilidade neuronal, diminuindo a capacidade de excitação emocional. Em altas doses, são usados como pré-anestésicos. Também podem ser usados para induzir o sono. Servem para combater o sintoma ansiedade, mas não mexem na sua origem. São muito úteis quando a ansiedade está muito alta ou descontrolada, ou quando provocam insônia. Têm a desvantagem de que podem causar pequena dependência física, importante dependência emocional, e o uso prolongado pode causar tolerância. Os principais efeitos colaterais são: sonolência, cansaço e fraqueza. Se você acha que este tipo de remédio pode te ajudar, você deve procurar um psiquiatra. Ele é o profissional correto para lhe prescrever este tipo de medicação. Clínicos gerais também podem prescrever em casos de emergência.
O segundo tipo de medicação para combater a ansiedade são alguns tipos de antidepressivos. Este tipo de medicação tem dois efeitos sobre a mente humana: por uma ação sobre os neurotransmissores cerebrais, ele aumenta o nível de energia psíquica, faz a pessoa se sentir mais forte, diminui a quantidade de preocupações e de medo, aumenta a percepção e a clareza que a pessoa tem, fazendo-a sentir-se mais segura e, portanto, menos ansiosa. Esse efeito das medicações antidepressivas é fascinante e, se for acompanhado de uma boa psicoterapia, não só permite que a pessoa diminua significativamente sua ansiedade, como também se torne uma pessoa mais produtiva e bem resolvida. O segundo efeito é uma ação mais direta sobre a ansiedade propriamente dita. Não causam dependência física e pouca tolerância. Podem causar alguma dependência emocional. Só podem ser vendidos sob prescrição médica, e é preciso ter o chamado receituário especial. Infelizmente, não têm efeito imediato, e demoram de de duas a três semanas para fazer efeito. Devem ser tomadas por um período mínimo de 4 meses. Têm alguns efeitos colaterais, principalmente nos 10 primeiros dias. O efeito colateral mais chato é uma pequena diminuição da libido e o retardo da ejaculação.
O terceiro tipo de medicação são os chamados tranquilizantes maiores ou anti psicóticos, que devem ser prescritos em casos mais graves, onde a ansiedade atinge picos altíssimos e estão associados a doenças mentais mais graves, com alteração do pensamento e até da sensopercepção, ou por estados desencadeados por drogas alucinógenas.
Sobre o Autor:
Bacharel em Enfermagem, Servidora Publica Municipal.
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